terça-feira, 23 de setembro de 2008

Escolhas


Luis é o tipo de cara que você gostaria de conhecer. 
Ele estava sempre de bom humor e sempre tinha algo de positivo para dizer.  
Se alguém lhe perguntasse como ele estava, a  resposta seria logo:  
"Ah... Se melhorar, estraga".  
Ele era um gerente especial em um restaurante, pois seus garçons o seguiam de restaurante em restaurante apenas pelas suas atitudes.  
Ele era um motivador nato.  
Se um colaborador estava tendo um dia ruim, Luis estava sempre dizendo como ver o lado positivo da situação. 
Fiquei tão curioso com seu estilo de vida que um dia  lhe perguntei:  
- Você não pode ser uma pessoa positiva todo o tempo.  Como faz isso?  
Ele me respondeu: 
- A cada manhã, ao acordar, digo para mim mesmo: “Luis, você tem duas escolhas hoje: Pode ficar de bom humor ou de mau humor”.  Eu escolho ficar de bom humor.  Cada vez que algo ruim acontece, posso escolher bancar a vítima ou aprender alguma coisa com o ocorrido.  Eu escolho aprender algo.  Toda vez que alguém reclamar, posso escolher aceitar a reclamação ou mostrar o lado positivo da vida.  
- Certo, mas não é fácil - argumentei.  
- É fácil sim - disse-me Luis - a vida é feita de escolhas.  Quando você examina a fundo, toda situação sempre oferece escolha.  Você escolhe como reagir às situações.  Você escolhe como as pessoas afetarão o seu humor.  É sua a escolha de como viver sua vida.

Eu pensei sobre o que o Luis disse e sempre lembrava dele quando fazia uma escolha. 
Anos mais tarde, soube que Luis um dia cometera um erro, deixando a porta de serviço aberta pela manhã.  
Foi rendido por assaltantes.  
Dominado, e enquanto tentava abrir o cofre, sua mão, tremendo pelo nervosismo, desfez a combinação do segredo.
Os ladrões entraram em pânico e atiraram nele.  
Por sorte foi encontrado a tempo de ser socorrido e levado para um hospital.
Depois de 18 horas de cirurgia e semanas de tratamento intensivo, teve alta ainda com fragmentos de balas alojadas em seu corpo.   Encontrei Luis mais ou menos por acaso
Quando lhe perguntei como estava, respondeu: "Se melhorar, estraga".   Contou-me o que havia acontecido perguntando: "Quer ver minhas cicatrizes?".
Recusei ver seus ferimentos, mas perguntei-lhe o que havia passado em sua mente na ocasião do assalto.  
- A primeira coisa que pensei foi que deveria ter trancado a porta de trás. - Respondeu.  
- Então, deitado no chão, ensangüentado, lembrei que tinha duas escolhas: Poderia viver ou morrer. Escolhi viver! 
- Você não estava com medo? - Perguntei.
- Os para-médicos foram ótimos.  Eles me diziam que tudo ia dar certo e que  ia ficar bom.  Mas quando entrei na sala de emergência e vi a expressão dos médicos e enfermeiras, fiquei apavorado.  Em seus lábios eu lia: "Esse aí já era".  Decidi então que tinha que fazer algo. 
- O que fez? - Perguntei. 
- Bem. Havia uma enfermeira que fazia muitas  perguntas.  Perguntou-me se eu era alérgico a alguma coisa.  Eu respondi: "sim".  Todos pararam para ouvir a minha resposta.  Tomei fôlego e gritei; "Sou alérgico a balas!" Entre risadas lhes disse: "Eu estou escolhendo viver, operem-me como um ser vivo, não como um morto."

Luis sobreviveu graças à persistência dos médicos...  Mas sua atitude é que os fez agir dessa maneira.
E com isso, aprendi que todos os dias, não importa  como eles sejam, temos sempre a opção de viver plenamente.

Afinal de contas, "ATITUDE É TUDO”!

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